Páginas

Pesquisar este blog

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Varizes


Varizes são veias superficiais dilatadas e tortuosas que perderam sua principal função de retorno
venoso do sangue dos membros inferiores em direção ao coração. De acordo com o diâmetro venoso,
podem ser classificadas em três tipos: as veias varicosas, que sobressaem na pele e ficam protuberantes, com diâmetro acima de 3 milímetros, acometendo os troncos das veias safenas internas e/ou externas e suas veias colaterais; as veias reticulares, que variam de 1 a 3 milímetros de diâmetro, não possuindo relação direta com os troncos principais; e as telangiectasias, popularmente conhecidas como vasinhos, cujo diâmetro não ultrapassa 1 mm.

Epidemiologia
A prevalência das varizes dos membros inferiores é bastante alta na população. Se considerarmos os três tipos de varizes acima descritos, a prevalência atinge de 40 a 70% da população. Se considerarmos apenas as veias varicosas (maiores que 3 mm de diâmetro), a doença varicosa atinge de 20 a 40% da população
 É menos comum em africanos e afrodescendentes e é predominante no sexo feminino em proporção de duas a cinco mulheres para cada homem, tornando-se mais prevalente com o passar da idade. Nos idosos chega a atingir 60 a 70%, e sua maior complicação – a úlcera varicosa – passa de 1 a 1,5%
na população em geral para 6%. A idade, o número de gestações e o antecedente familiar de varicosidades parecem ser os principais fatores de risco para o desenvolvimento dessa doença.

Sintomas 
São sintomas relacionados à doença varicosa: sensação de peso, cansaço, inchação, queimação,
pontadas, dolorimento, formigamento, prurido e pernas inquietas. Esses sintomas normalmente melhoram ou estão ausentes em repouso e aparecem durante as atividades do dia a dia com o passar das horas, intensificando-se ao final da tarde e à noite. Melhoram com a elevação dos membros inferiores. Os  sinais da doença varicosa são: as telangiectasias, as veias reticulares, as veias varicosas, o edema, a   pigmentação,  o eczema, a lipodermatoesclerose e a úlcera venosa. Podem ocorrer também as varicoflebites  (formação de trombos nas varizes) e a varicorragia (hemorragia das varizes)  

Diagnóstico
O diagnóstico de varizes é relativamente simples, visto que pode ser realizado apenas com a
observação clínica (inspeção) dos membros inferiores, podendo ser completado por meio de anamnese dirigida e de exame físico especial. O paciente deve ser examinado em pé (dez minutos) para  observação das varicosidades. Pode-se, também, através de manobras especiais, detectar se a dilatação das  varizes é resultado de refluxo e dilatação do sistema das veias safenas internas ou das externas, ou,  eventualmente, se decorre de veias perfurantes insuficientes. Além do exame clínico para a programação terapêutica,utilizam-se exames complementares, sendo o principal o ecodoppler venoso dos membros inferiores, que consegue definir os pontos de refluxo e insuficiência venosa no sistema superficial.

Tratamento
Baseado no exame físico, nas manobras específicas e no ecodoppler, o cirurgião vascular vai optar
pelo melhor e mais adequado tipo de tratamento das varicosidades. O tratamento vai depender do tipo
de varicosidade. As telangectasias e as veias reticulares são tratadas através da escleroterapia, que consiste na injeção de substâncias irritantes (esclerosantes) ao endotélio venoso. Já as veias varicosas são tratadas cirurgicamente, com a retirada das veias dilatadas e a interrupção dos pontos de refluxo através das safenectomias interna e externa e de eventual ligadura das veias perfurantes insuficientes.

Tratamento clínico
Pacientes que não podem ser submetidos à cirurgia devem ser tratados clinicamente, com o uso
de medicamentos e/ou da compressão elástica graduada. O tratamento farmacológico é feito através de medicamentos flebotônicos, que melhoram o tônus das veias superficiais. As drogas mais utilizadas são as substâncias flavonoides, que possuem a propriedade de aumentar a tonicidade das veias  superficiais, melhorar a resistência capilar e diminuir os eventos inflamatórios da hipertensão venosa, facilitando o retorno venoso e melhorando a estagnação do sangue no membro inferior. Com isso, há diminuição  do inchaço, das dores e do cansaço das pernas. A droga mais utilizada atualmente é uma combinação de  duas substâncias flavonoides: a hesperidina e a diosmina, comercialmente conhecida como Daflon. Deve ser utilizada na dosagem de 1 g por dia, geralmente em dose única (dois  comprimidos de 500 mg após o café da manhã). Já existem trabalhos multicêntricos que mostram a efetividade dessa  droga m grande porcentagem de pacientes. Outros medicamentos podem ser  utilizados, tais como o  Venocur Triplex, o Venoruton e o Venalot .

Outra importante medida terapêutica é a utilização da compressão elástica por meio do uso de meias
elásticas de compressão graduada. Esse importante método deve ser indicado em todos os pacientes com queixas relacionadas às varizes. As meias elásticas graduadas (medicinais) são prescritas  relacionando-se o grau de compressão da meia com a gravidade da doença varicosa. Para casos de teleangiectasias e  veias reticulares, prescrevem-se meias elásticas de 10 a 20 mm Hg de compressão. Para casos de veias  varicosas, usam-se meias de 20 a 30 mm Hg e, para pacientes com complicações, usam-se meias de 30 a 40 mm Hg

A utilização de métodos alternativos para o tratamento das varizes e dos vasinhos ainda é controverso e está em fase de desenvolvimento. A utilização de laser para a escleroterapia é útil. Até o momento, no entanto, não se mostrou melhor que a escleroterapia convencional no tratamento de pequenos vasos. Para a termoablação por laser ou radiofrequência das veias safenas, ainda há controvérsias sobre a  superioridade desses métodos em relação ao método de tratamento cirúrgico convencional.

Nenhum comentário:

Postar um comentário