Obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo excesso de gordura corporal, que causa prejuízos à saúde do indivíduo. A obesidade coincide com um aumento de peso, mas nem todo aumento de peso está relacionado à obesidade, a exemplo de muitos atletas, que são “pesados” devido à massa muscular e não adiposa.
Classificação
Existem diversas maneiras de classificar e diagnosticar a obesidade. Uma das mais utilizadas atualmente baseia-se na gravidade do excesso de peso, o que se faz através do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC ou Índice de Quetelet), utilizando-se a seguinte fórmula: IMC = Peso atual (kg) / altura2 (m2 ) O uso do IMC é prático e simples e a sua aplicação é recomendada para adultos.
A avaliação da massa corporal em crianças e adolescentes é feita através de tabelas que relacionam idade, peso e altura. O IMC não é indicado nessas faixas etárias porque crianças e adolescentes passam por rápidas alterações corporais decorrentes do crescimento. A rede pública de saúde usa o “cartão da criança” para verificar a adequação da altura e do peso até os 5 anos de idade. O acompanhamento é feito nos postos de saúde. A classificação a seguir mostra os diferentes graus de obesidade em adultos: Classificação IMC(kg/m2)
baixo peso menor que 18,5
normal 18,5 – 24,9
sobrepeso maior que 25
pré-obeso 25 – 29,9
obeso I 30 – 34,9
obeso II 35 – 39,9
obeso III Maior que 40
Quanto maior for o IMC de uma pessoa, maior a chance dela morrer precocemente e de desenvolver doenças do tipo diabete melito, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares. Mas isso não significa dizer que quanto mais magro melhor, pois o índice de mortalidade também aumenta em indivíduos com IMC muito baixo, especialmente por causa de doenças infecciosas e dos pulmões. O ideal é manter-se entre as faixas de 20 a 25kg/m2.
Sozinho, o IMC não é indicador suficiente da gravidade do problema de peso em excesso, pois o tipo de distribuição dessa gordura pelo organismo também é importante. Existem diversos tipos de obesidade quanto à distribuição de gordura. Os mais característicos são o que dá ao corpo o formato de uma maçã (mais comum em homens) e o que torna o corpo parecido com uma pêra, fino em cima e largo nos quadris e nas coxas (mais comum em mulheres). A obesidade em forma de maçã está associada a doenças como o diabete não dependente de insulina e as enfermidades cardiovasculares. A obesidade em forma de pêra está associada à celulite e varizes, além de problemas de pele e ortopédicos.
Epidemiologia
O número de crianças e adultos obesos é cada vez maior, tanto em países pobres ou ricos e até mesmo em países que se caracterizam por uma população magra, como é o caso do Japão. A Organização Mundial de Saúde passou a considerar a obesidade como um problema de saúde pública tão preocupante quanto a desnutrição.
No Brasil, estima-se que 20% das crianças sejam obesas e que cerca de 32% da população adulta apresentem algum grau de excesso de peso, sendo 25% casos mais graves. A obesidade é um problema sério em todas as regiões do país, mas a situação é ainda mais crítica no Sul. De acordo com dados da Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN) de 1989, a prevalência de obesidade em brasileiros com mais de 18 anos de idade é de 28%, no caso dos homens, e de 38% no caso das mulheres. Nos Estados Unidos, a prevalência é de 34% em homens e de 55% em mulheres, com idade entre 20 e 64 anos. Apesar das diferenças econômicas, os países, desenvolvidos ou não, vivem o mesmo problema da alta e crescente prevalência de excesso de peso.
O número de obesos é maior nas áreas urbanas e também está relacionado ao poder aquisitivo familiar. Quanto maior a renda, maior a prevalência de obesidade, mas esta é cada vez mais alta em mulheres de baixa renda e tende a se estabilizar ou até mesmo diminuir nas classes de renda mais elevada.
A presença do excesso de peso na população menos favorecida pode ser explicada pela falta de orientação alimentar adequada, atividade física reduzida e pelo consumo de alimentos muito calóricos, como cereais, óleo e açúcar. Tais alimentos são mais baratos e fazem parte de hábitos alimentares tradicionalmente incorporados. O problema da obesidade cresce menos entre a população mais privilegiada porque ela tem maior acesso a informações sobre os prejuízos que a doença acarreta, a melhora dos hábitos alimentares e a prática de atividade física regular.
Causas
As pessoas engordam por quatro motivos: comem muito, têm gasto calórico dimimuído, acumulam gorduras mais facilmente ou têm mais dificuldade de queimá-las. O gasto calórico significa a queima de energia que uma pessoa apresenta durante as 24 horas do dia e isso inclui o gasto calórico com a alimentação (energia gasta nos processos de digestão, absorção e transporte de nutrientes) e com a atividade física.
A capacidade de transformar calorias em gorduras varia de indivíduo para indivíduo e isso explica porque duas pessoas com o mesmo peso e altura, que comem os mesmos alimentos, podem fazer gordura com menor ou maior eficiência e esta última é que tenderá a ser gorda.
A habilidade de queimar gorduras também varia de pessoa para pessoa. Podemos queimar as calorias do nosso organismo a partir das gorduras do tecido adiposo, das proteínas dos músculos e do glicogênio do fígado, entre outros. O indivíduo apresentará menor tendência de engordar e maior capacidade de emagrecer quanto maior for a sua capacidade de queimar as gorduras.
Todas essas condições ocorrem não apenas por mecanismos orgânicos, mas, em especial, por fatores genéticos.
Fatores genéticos
Crianças de pais obesos apresentam maior risco de se tornarem obesas quando comparadas às crianças cujos pais apresentam peso normal. O quadro a seguir mostra a porcentagem de risco de uma criança se tornar obesa relacionada à obesidade dos pais:
Pais Risco para a criança:
Ambos obesos 80%
Pai ou mãe obeso (a) 40%
Ambos não obesos 10%
Já no caso das doenças multifatoriais, isto é, que apresentam diversas causas, é difícil distinguir os efeitos dos genes dos efeitos ambientais, como hábitos alimentares e sedentarismo em indivíduos que vivem no mesmo ambiente.
Estudos feitos com gêmeos univitelinos, ou seja, geneticamente idênticos, demonstraram nítida correlação de peso, mesmo quando as crianças são criadas separadamente. Do mesmo modo, verificase que o peso de crianças adotivas possui semelhança maior com o de seus pais verdadeiros do que com os de adoção.
A influência da genética na obesidade já era reconhecida por volta dos anos 70. Mas foi na década de 90, quando se identificou o gene que expressa a leptina, que o conceito sobre essa doença começou a mudar completamente para os cientistas, comprovando a origem genética dessa patologia. A leptina é uma proteína que “avisa” o cérebro quando o organismo está satisfeito e deve começar a queimar as calorias ingeridas. O estudo foi feito com camundongos e verificou-se que, sem essa substância em ação, o camundongo não só desconhece a sensação de saciedade como é também incapaz de queimar as calorias ingeridas com eficiência. Tanto o excesso de apetite quanto a pouca saciedade podem ser explicados por fatores genéticos.
A queima ineficiente de gordura também pode estar relacionada à leptina ou, ainda, a outros componentes orgânicos, como hormônios, enzimas, receptores etc.
A distribuição da gordura corporal em uma região ou outra do corpo tem a ver com o sexo, mas também resulta de fatores genéticos e ambientais.
A base genética da obesidade é complexa e várias pesquisas e teorias têm sido feitas a respeito. Mas o assunto é ainda objeto de muitos estudos.
Endocrinopatias
As doenças de origem hormonal são causas raras da obesidade (inferior a 10% dos casos). Algumas delas são: síndrome hipotalâmica, síndrome de cushing, hipotireoidismo, síndrome dos ovários policísticos, pseudo-hipoparatireoidismo, hipogonadismo, deficiência de hormônios do crescimento, insulinoma e hiperinsulinismo.
Baixa atividade física
O exercício físico contribui com 8 a 20% do gasto diário total de energia. Além disso, pode modular o apetite, pois ajuda a regular os mecanismos cerebrais que controlam a ingestão de alimentos. Também proporciona um aumento da massa corporal magra (músculos) e provoca alterações enzimáticas que facilitam a queima de gordura nos tecidos, o que torna o indivíduo ativo mais propenso a perder peso e a mantê-lo reduzido.
Pessoas sedentárias apresentam um gasto calórico reduzido e podem ter mais dificuldade de queimar a gordura e mais facilidade para armazená-la.
Nas últimas décadas, o brasileiro, de um modo geral, trocou atividades como esportes e caminhadas pela televisão, considerada a principal opção de lazer das diferentes camadas da população. A modernização dos processos produtivos também foi responsável pela redução da atividade física. A forma de trabalhar e de viver de grande parte dos brasileiros requer cada vez menos de energia.
Alimentação
Como já vimos, a obesidade apresenta várias causas, mas talvez a mais simples de ser compreendida e também a mais divulgada (mas nem por isso a mais comum) seja um maior consumo de alimentos (calorias) em relação a um menor gasto de energia. É preciso deixar claro que nem sempre os gordos apresentam excesso de peso só porque comem muito, pois existem outros motivos para o ganho de peso. No entanto, é bem verdade que, em muitos casos, os exageros na alimentação são os responsáveis pelos quilos a mais.
Maus hábitos alimentares também ajudam a engordar, tais como:
- Não ter horários fixos para comer, ou seja, “beliscar” a toda hora. A pessoa perde o controle da quantidade que comeu e acaba comendo muito, sem nem perceber.
- Exagerar no consumo de alimentos gordurosos, como frituras, manteigas, óleos, doces cremosos, chocolates etc.
- Fazer “dietas da moda”, responsáveis pelo efeito ioiô, isto é, o “emagrece-e-engorda” dos que fazem esses tipos de dieta (veja mais detalhes no item dietas da moda).
- Ficar longos períodos em jejum. A fome e o apetite aumentam e a pessoa acaba comendo mais.
- Fazer poucas refeições durante o dia e em grandes volumes. O volume do estômago pode aumentar e também a quantidade de alimentos que a pessoa consegue comer.
Outros fatores relacionados à obesidade
A Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN), realizada em 1989, apontou dados sobre a obesidade entre adultos no Brasil que explicariam os altos índices de obesidade no país. São eles:
- Dieta desequilibrada, onde predominam alimentos muito calóricos e de fácil acesso (cereais, óleo, açúcar) à população mais carente.
- Redução do tamanho da família, aumentando a disponibilidade de alimentos na casa.
- Melhora da infra-estrutura básica, elevando a expectativa de vida da população. Com isso, o peso da população aumenta, já que o percentual de gordura é maior com a idade.
- Estrutura demográfica: as pessoas se concentram mais nas cidades, onde gastam menos energia, têm acesso a variados tipos de alimentos (principalmente industrializados) e possuem maior expectativa de vida.
Consequências
Diversas patologias e condições clínicas estão associadas à obesidade. Alguns exemplos são:
- Apnéia do sono
- Acidente vascular cerebral, conhecido popularmente como derrame cerebral.
- Fertilidade reduzida em homens e mulheres.
- Hipertensão arterial ou “pressão alta”. n Diabetes melito.
- Dislipidemias.
- Doenças cardiovasculares.
- Cálculo biliar.
- Aterosclerose.
- Vários tipos de câncer, como o de mama, útero, próstata e intestino.
- Doenças pulmonares.
- Problemas ortopédicos.
- Gota.
Os prejuízos que o excesso de peso pode causar ao indivíduo são muitos e envolvem desde distúrbios não fatais, embora comprometam seriamente a qualidade de vida, até o risco de morte prematura. Os dados existentes são alarmantes: estima-se que mais de 80 mil mortes ocorridas no país poderiam ter sido evitadas se tais pessoas não fossem obesas.
Tratamento
O objetivo de tratar a obesidade hoje é alcançar um peso saudável e não mais o peso ideal. Mas o que seria o peso saudável? O das modelos e bailarinas extremamente magras ou dos artistas de televisão? Com certeza, não. O peso saudável é aquele adequado para desempenhar as atividades (internas e externas) do organismo, nem para mais, nem para menos. Trata-se de um peso onde as complicações associadas à obesidade são nulas ou mínimas.
Um corpo bonito ou magro não é sinônimo de saudável. É necessário analisar cada caso separadamente, pois as necessidades variam de acordo com o indivíduo. Por isso, não é coerente querer ter o corpo igual ao de uma outra pessoa. O peso saudável varia de pessoa para pessoa. Um nutricionista e/ou médico são os profissionais de saúde que podem avaliar a adequação do peso dos indivíduos.
O tratamento da obesidade varia de acordo com a gravidade da doença. Em alguns caso, são necessários medicamentos ou até mesmo intervenções cirúrgicas. No entanto, existem recomendações gerais adequadas para a grande maioria dos obesos: educação (ou reeducação) alimentar, atividade física e a participação familiar e comunitária nesse processo. Vamos tratar desses temas a seguir.
A educação (ou reeducação) alimentar
É preciso que a pessoa entenda e aprenda (ou reaprenda) o significado e a importância de se comer bem (e não bastante!), isto é, de trocar os maus hábitos por bons hábitos alimentares. Trata-se de um novo estilo de vida, de ampliar conceitos, mudar costumes... o que não é nada fácil, ainda que possível. É por isso que a educação alimentar é tão importante.
Esse aprendizado pode e deve ocorrer em qualquer lugar, mas a escola é um espaço privilegiado para o estudo da alimentação e da nutrição como ciência, arte, técnica e história. A escola deve atuar como um laboratório em permanente atividade de busca, de inquietação, de interrogações sobre o homem e as suas condições de vida. Afinal, é na escola que se revelam e que podem ser solucionadas as dificuldades que existem fora dela.
Orientações nutricionais
Várias orientações nutricionais são importantes para a educação alimentar. Confira algumas:
- Seja realista: faça pequenas mudanças no modo como você se alimenta e no seu nível de atividade física. Não comece com grandes alterações, vá passo a passo. Após o primeiro pequeno sucesso, estabeleça um novo objetivo e prossiga.
- Seja aventureiro, saia da mesmice! experimente alimentos e preparações que você não conhece, especialmente se forem à base de frutas e verduras. Comece por aquele alimento que você nunca experimentou. Ele pode ser gostoso e irá ajudar você a melhorar o seu consumo de nutrientes.
- Seja flexível: não fique pensando se você cumpriu ou não os seus objetivos em apenas uma refeição. O ideal é ter um plano diário, mas caso você exagere em uma refeição, coma menos na próxima.
- Seja sensível: aprecie todos os tipos de alimentos e preparações.
- Prefira uma dieta pobre em gordura e em colesterol e rica em frutas e verduras.
- Modere as quantidades de açúcares, sal e sódio.
- Caso consuma bebida alcoólica, faça-o com moderação.
- Beba, no mínimo, oito copos de água por dia entre as refeições.
- Estabeleça horários fixos para se alimentar.
- Divida a alimentação em cinco ou seis refeições (café da manhã, lanche, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia), reduzindo a quantidade consumida em cada uma delas.
- Prepare o prato com toda a quantidade de alimentos a ser consumida, para ter o controle da quantidade que vai comer.
- Siga o guia da pirâmide dos alimentos, consumindo as porções para cada grupo de alimentos de acordo com a idade (veja mais detalhes no texto sobre alimentação saudável).
- Prefira ambientes agradáveis para fazer as refeições e evite assistir televisão enquanto come.
- No almoço e no jantar, coma primeiro os vegetais crus e folhosos, como o alface e a rúcula, pois eles promovem uma sensação de saciedade mais rápida. Isso fará com que sua fome diminua e você coma os outros alimentos em menor quantidade.
É importante deixar claro que essas são apenas algumas orientações gerais. A obesidade, como já mostramos, é uma doença e como tal deve ser orientada e tratada pelo profissional adequado, neste caso o nutricionista ou médico. O professor deve orientar o aluno ou o responsável por este a dirigir-se a um serviço de saúde para receber informações mais específicas.
A atividade física
A melhor maneira de controlar o peso é a combinação de dieta com exercícios físicos e não apenas um ou outro. O ideal é fazer um pouco de atividade física todos os dias, ou pelo menos três vezes por semana. Você não precisa ficar várias horas fazendo exercícios e suando sem parar. “Pegar pesado” é para atletas. A criança, assim como as pessoas em geral, devem procurar uma atividade que lhes agrade, convidar um amigo para participar... o professor de Educação Física é a pessoa ideal para orientar sobre o assunto. Ficar parado é que não dá!
Benefícios da atividade física
Aqui estão alguns benefícios da prática regular de atividade física:
- Contribui para o bom funcionamento dos órgãos, principalmente o coração.
- Contribui para o bom funcionamento do intestino.
- Diminui a ansiedade, o estresse e a depressão.
- Melhora o humor e a auto-estima.
- Diminui em 40% as chances de morrer por doenças cardiovasculares e ajuda na prevenção e no controle dessas e de outras doenças, como diabetes melito, hipertensão arterial, osteoporose, problemas respiratórios,etc.
- Contribui para o funcionamento normal dos mecanismos cerebrais de controle de apetite, de modo a trazer um equilíbrio entre a ingestão e o gasto de energia.
- Aliada ao consumo reduzido dos alimentos, aumenta a perda de gordura e melhora a sua distribuição corporal. Também aumenta a massa magra corporal (músculos).
- Quanto mais ativo você se torna, mais calorias queima (aumenta o gasto energético).
Se não houver problemas de saúde, os exercícios físicos devem fazer parte do cotidiano de todas as pessoas. É bom consultar um médico antes de encarar esse novo estilo de vida.
SEJA ATIVO! Incorpore a atividade física no seu dia-a-dia. Ande até a padaria, desça um ponto antes do seu trabalho, pegue as crianças na escola a pé. Vale tudo!
Perigo! Dietas da moda
Nossa sociedade se preocupa demais com o corpo e os padrões de beleza e não faltam dietas para o controle de peso. Mas isso não significa dizer que todas essas dietas são boas para a saúde, PELO CONTRÁRIO!
As chamadas “dietas da moda” são geralmente dietas restritas em um ou vários tipos de nutrientes, ou seja, são nutricionalmente desequilibradas. Podem causar muitos danos à saúde: diminuição do rendimento físico, sobrecarga do organismo, deficiências nutricionais, desidratação, desmaios, problemas cardíacos e outras doenças.
Uma dieta com alimentos nutritivos em quantidades controladas é a alternativa ideal para quem deseja controlar o peso com saúde. Com as dietas da moda, a pessoa consegue uma perda de peso passageira, pois acaba tendo uma alimentação tão fora de seus padrões que, ao retornar à “vida normal”, volta a comer os tipos e a quantidade dos alimentos que a fizeram aumentar de peso.
Muitos insistem em fazer essas dietas “exóticas” influenciadas pela propaganda, especialmente na televisão, e por artistas e pessoas com corpos esculturais. A rápida perda de peso decorrente de dietas desequilibradas também incentiva o desejo de emagrecer a qualquer preço. O problema é que, nesses casos, trata-se de uma perda de água e músculo e não propriamente de gordura. Além disso, dietas muito restritivas e com pouquíssimas calorias podem provocar graves distúrbios alimentares, como anorexia nervosa e bulimia.
O melhor caminho para controlar o peso continua sendo a reeducação alimentar através de uma dieta equilibrada, elaborada e orientada por um profissional capacitado. Tal dieta deve ser acompanhada da prática regular de atividade física.
É preciso ter sempre em mente que não existem poções mágicas para emagrecer, ou seja, até hoje não se provou que as dietas populares ou da moda tenham alguma vantagem em relação a uma dieta bem balanceada. Nenhuma “mistura mágica” garante uma perda de peso mais efetiva do que uma dieta reduzida em calorias e equilibrada. Além disso, cada pessoa tem necessidades nutricionais e calóricas diferentes e cada caso deve ser analisado individualmente por um nutricionista.
Como prevenir?
Algumas estratégias para prevenir a obesidade são:
- “Cortar o mal pela raiz”, incentivando, desde a infância, a prática regular de exercícios físicos e a introdução de bons hábitos alimentares.O exemplo dado pelos pais ou responsáveis aos seus filhos é fundamental.
- Orientar a população a respeito da importância de uma alimentação saudável.
- Usar a televisão e o rádio para facilitar o acesso de todas as camadas sociais às informações sobre alimentação saudável.
- Incentivar crianças, jovens e adultos a praticarem exercícios físicos regulares.
- Garantir a participação de autoridades federais, estaduais e municipais em projetos que tenham como principal objetivo prevenir a obesidade, sem interesses políticos. Tais interesses prejudicam especialmente a continuidade dos programas sociais.
Alimentos diet e light e adoçantes
A preocupação excessiva da sociedade com o excesso de peso e a existência de doenças que provocam alterações específicas na dieta despertaram o investimento de indústrias alimentícias em pesquisas que resultaram na criação de inúmeros produtos com características especiais, como é o caso dos alimentos “diet” e “light”.
Ainda existe muita confusão a respeito do significado e das diferenças existentes entre esses dois tipos de alimentos. A explicação é muito importante para que a escolha e compra do produto certo.
Produtos “light” são alimentos modificados em seu valor energético ou em sua composição de gordura. Devem ter pelo menos 25% a menos de calorias que os produtos comuns. Mas atenção: isto não significa que esses produtos não contenham açúcar, portanto não devem ser consumidos pelos diabéticos, a não ser que tenham escrito no rótulo SEM ADIÇÃO DE AÇÚCARES.
Produtos “diet” são aqueles produzidos para atender às necessidades dietéticas específicas dos portadores de várias doenças. Incluem alimentos para dietas com restrição em algum nutriente. Esta restrição pode ser de açúcares, sódio, gorduras, colesterol, aminoácidos ou proteínas, entre outras. Por isso, quem compra produtos “diet” deve ler com bastante atenção o rótulo da embalagem para verificar se ele atende às suas necessidades específicas. Um exemplo: os produtos que podem ser consumidos pelo diabético são aqueles que não contêm glicose, frutose ou sacarose.
Com relação aos adoçantes dietéticos, os obesos devem preferir aqueles não calóricos, como o aspartame e a estévia. Pessoas com pressão alta devem escolher adoçantes que não possuem sódio na sua composição e assim por diante. É bom consultar um nutricionista ou médico para maiores esclarecimentos.